História

Ordenação heráldica
Armas - Escudo de prata, capa de vermelho aberta, rasgada em pala e duas pinhas de verde, com agulhas do mesmo, tudo alinhado em roquete; em campanha, ponte de três arcos de negro, realçada do campo, firmada nos flancos e movente de um pé ondado de azul e prata de três tiras. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: " S. MARTINHO DA CORTIÇA ".


 História:

 A primeira referência histórica à igreja de S. Martinho, em outro tempo da Sanguinheda, remonta ao ano de 1141, altura em que a freguesia pertencia à herdade de Pombeiro e Souto Seco, instituída pela rainha D. Teresa em 1126. Suspeita-se contudo que a sua fundação possa remontar a finais do séc. IX, logo após a reconquista de Coimbra aos mouros em 878.
     A antiga estrada da Beira procedeu da antiga via romana que ligava Coimbra a Salamanca e transpunha o rio Alva na ponte da Mucela, onde ainda hoje se observam silhares romanos reempregues na sua estrutura. Aqui desde logo se fixaram as primeiras populações, como o provam as várias moedas e medalhas romanas encontradas em alicerces de casas desta povoação e vestígios de lavras de minas de ouro exploradas pelos romanos.

     Em finais do séc. XV, Artur da Cunha, senhor de Pombeiro, desmembrou os lugares de Sanguinheda e Carapinha para constituir o senhorio da Sanguinheda, que deu territorial, mas não política nem judicialmente ao seu terceiro filho, Simão da Cunha.

Por volta de 1598, por estar a igreja em sítio descampado, sujeita a roubos e ruína iminente, reformou-se a capela de Santo Amaro da Cortiça, para onde se transferiu o Santíssimo. Aqui esteve por mais de vinte anos, onde se fundou a Irmandade do Santíssimo Sacramento, em 1602.
 
     Não sendo, porém, a capela um sítio próprio para a matriz, o prior desta freguesia D. Nuno Castelo Branco, filho ilegítimo do senhor de Pombeiro, adquiriu e doou o terreno para a construção de um novo edifício na Póvoa de S. Martinho. A igreja foi benzida a 28 de Maio de 1624, transferindo-se definitivamente a sede da freguesia da Sanguinheda para a Póvoa, actualmente S. Martinho da Cortiça.
     Durante a terceira invasão francesa, em 1811, a freguesia esteve a ferro e fogo. Na ponte da Mucela desmontou-se um dos arcos da ponte da Mucela durante a retirada dos franceses e aqui se lhes deu luta enquanto que os invasores saqueavam as aldeias da freguesia queimando portas, janelas e trastes, pilhando cereais, vinho e gado, abusando das mulheres e assassinando os seus maridos. Na igreja queimaram e quebraram o que encontravam ateando cinco fogueiras ao longo do templo.
     A 6 de Novembro de 1836 foi extinto o concelho da Sanguinheda, assim como o de Pombeiro, passando a freguesia de S. Martinho, até aqui constituída por parte deste e a totalidade daquele, a fazer parte do concelho de Farinha Podre, actualmente S. Pedro de Alva. A freguesia passou depois para o concelho de Tábua a 31 de Dezembro de 1853, até que foi transferida definitivamente para o concelho de Arganil, ao qual pertence desde 24 de Outubro de 1855.
     Em 1843 surgiu a primeira botica, em 1861 o primeiro estabelecimento de ensino primário, ainda antes de 1884 a primeira delegação postal e em 1907 o partido médico, primeiros sinais de progresso. Dada a sua localização junto do porto da Raiva e da ponte da Mucela foi terra de almocreves e negociantes. As explorações de minérios como a prata e chumbo estão bem documentadas em finais do século passado, assim como explorações de toda a zona de barreiros que se estende desde a Cortiça à Sanguinheda.


http://www.saomartinhocortica.pt/portal/v1.0/mod_texto.asp?pag=historia (Adaptado)

Geografia 

 
   Com uma área de cerca de 32,71 Km2 a freguesia de S. Martinho da Cortiça está situada no extremo noroeste do concelho de Arganil, no distrito de Coimbra. Faz fronteira:
sudoeste > Vila Nova de Poiares
noroeste >  Penacova
nordeste >  Tábua.
     A sul, o rio Alva constitui a sua fronteira com a freguesia de Pombeiro da Beira e as diversas ribeiras que a ele vão desaguar sulcam a freguesia em toda a sua extensão originando uma paisagem acidentada onde os vales são preferencialmente ocupados pela agricultura e as encostas pelas florestas de pinheiro e eucalipto.

    A albufeira da Barragem das Fronhas apresenta-se com múltiplas potencialidades para os amantes da Natureza. Nas suas águas, onde acontecem regularmente concursos de pesca desportiva, são abundantes os barbos, as bogas e os achigãs.
 É rasgada ao meio pela Estrada Nacional 17, mais conhecida por Estrada da Beira, que constitui o seu principal eixo de desenvolvimento de onde se desprendem as suas duas principais ramificações: uma estrada da Portelinha à barragem das Fronhas e outra do Ramal das Pombeiras à ponte de Vale de Espinho.
     É servida pelo Itinerário Complementar 7 que parte da Catraia dos Poços e estabelece uma rápida ligação ao Itinerário Principal 3, no troço entre Coimbra e Viseu. Encontra-se a cerca de 30 min. de Coimbra e a menos de 50 min. de Viseu.

 A freguesia de S. Martinho da Cortiça tem actualmente 1524 habitantes, dos quais 740 homens e 784 mulheres, num total de 516 núcleos familiares, 851 fogos e 831 edifícios.
Tem actualmente 1358 eleitores recenseados.
 
     A exploração florestal continua a ser uma actividade com grande expressão nesta freguesia densamente florestada. Os madeireiros e as indústrias de transformação de madeiras empregam grande parte da população de S. Martinho da Cortiça. A indústria da construção civil também adquiriu nas últimas décadas uma preponderância assinalável.